
Consciente em mim
Data 06/04/2007 22:05:01 | Tópico: Poemas
| Num saber só meu, Encostado e vivido, Reflito por reflexo Em espelho sem nexo, Uma imagem viva no ar E morta no chão... Coisas de um movimento Que se move sem acção, Sem desatar nós velhos... Mesmo velhos... tão velhos! Desenho-me em contornos Batidos pelo tempo Que resistem, firmes, A águas insistentes, Desgastantes, correntes.
Mas o que digo eu, Assim, convencido de mim?
Sei-me sabedor do que não sei, De conhecimento que é de lei, Que me reduz e conduz Por caminho de cruz Em trajes nus E, no entanto, sei pouco... Muito pouco... tão pouco.
É como levar um soco Com força de louco, Que me enrola à volta do umbigo, Que me abraça só comigo E que me deixa por terra A moer o destino que me encerra.
Mais uma vez me questiono: Mas o que digo eu?
Vergo-me a convencimento assim, Que me prende num sono Suspeito, arguido, réu, Colado a um resignado “enfim” De matriz indolente E espírito indigente.
O que digo de resposta?
Segredo!
Valdevinoxis
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