 
  
    	"Com a chegada do Outono..."
    	Data 23/09/2008 11:57:40 | Tópico: Poemas -> Reflexão
 
  |  Com a chegada do Outono,
  a Natureza cumpre a sua rotina,
  O tempo mostra-se menos generoso,
  Mas há nesta estação do ano, como nas 
  outras, algo que lhe é peculiar e tem muita 
  beleza.
  É manifesto, que o Outono exerce sobre alguns de 
  nós um grande fascínio.
  Setembro anuncia-o.
  Olhai o vento... 
  O vento ora sopra forte, ora mansamente.
  É cativante...
  Quem não sentiu já algum prazer quando ele sopra?
  Quem não acha divertido quando ele nos solta o 
  cabelo e nos obriga a levar a mão à cabeça, 
  com insistência?
  Ele brinca connosco...
  Penso que é uma fórmula inventada por ele,
  para o ser humano soltar de algum modo o seu amor 
  próprio.
  Ele incentiva-nos ao afago e a darmos a nós mesmos mais importância.
  Estimula a vaidade...
  Quem não gosta de o ouvir, quando está abrigado, 
  ou quando se tem um aconchego que nos move o 
  coração para que se abraçe o do outro, conduzindo-
  nos à intimidade e à prática da solidariedade?
  Ele é uma força indutora...
  Quem não sentiu o arrepio que ele nos provoca na 
  pele quando sopra vadio e aparece a ripostar por 
  todos os lados o seu génio, sem contenção?
  Ele é intimador...
  Quem não se apercebeu ainda do desafio constante,
  que nos lança?
  O repto que escapa do seu sibilar que nos chega aos ouvidos, num dia de tempestade.
  Até parece o uivo de um lobo que anda por perto  à solta e faminto.
  Que estranho é este efeito, será que o vento 
  também se queixa como nós do infortúnio e 
  padece de alguma enfermidade?
  Que sofrimento ...
  Quem não se apercebe do escárnio de seu riso
  como quem nos vem desafiar os sentidos? 
  Ai, e às vezes o vento abana a alma dos poetas, sim.
  E como ela estremece!
  E a chuva?
  A chuva se moderada, é uma benção de Deus.
  A Natureza fica mais fresca, renova-se de brilhos,
  Tudo se regenera quando ela cai.
  A chuva cai do céu de uma forma tão natural, e 
  com tanta abundância,
  Que quando era pequena, julgava eu,
  que ela surgia sempre que os anjos lavavam o chão 
  da sua casa - os céus.
  O Outono, é belo, para mim, sempre. 
  E como é bom poder vivê-lo, mais um ano!
  É sinónimo que estamos vivos.
  O que é estranho é não sentir o ritmo, a 
  cadência desta dança da vida, 
  É não ver no Outono qualquer  encanto. 
  É não sentir a versatilidade da Natureza, sempre 
  que ela muda de vestes!
  A Natureza também tem as suas metamorfoses.
 
 
  beatriz barroso
 
 
 
 
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