
Humanismo desmedido
Data 25/09/2008 08:34:12 | Tópico: Prosas Poéticas
| Serei eu o mais escondido e dissimulado dos fracassos? Sou eu, essencialmente, a besta selvagem e predadora procurando no meio as razões para justificar o injustificável? Escalpelizando o meu caminho encontro as razões para não me fazer a Ele, as razões para não caminhar. Tentando a custo não ir contra aquilo que invento acabo por me condenar a ficar estagnado apesar de toda as minhas acções. Questionando, duvidando, escutando, falando, mas parado, rombo, boto, quase morto. De tédio, de desamor a mim e á Vida que quer e merecia ser vivida de forma mais digna e Maior. Assustado pela calada e revolucionária revelação custo a cair na minha forma. Como se todas as preguiças do mundo me agarrassem pelas golas com as suas longas e imundas garras e me embalassem com doce e narcótica melodia. O asco e a languidez andam de mãos dadas e reparo que são o mais vulgar dos pares. Receoso olho no espelho que eu sou e começo a duvidar se gosto do que não vejo. A Luta que nos faz avançar gasta-me o ânimo. Condenado por crer em ideais criados por mim, acabo sempre a querer algo melhor. De mim, dos outros, do mundo, da Vida. Acabo a querer apenas aquilo que ainda não é, adiando assim uma Vida que me aguarda.
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