Rosa vermelha

Data 29/09/2008 15:44:17 | Tópico: Prosas Poéticas

Podia descrever-te de olhos fechados, sentir o perfume das especiarias que teu corpo exala, podia provar o mel da tua boca e o sal das tuas lágrimas, podia. As fragrâncias do incenso enchem a memória com as recordações que presinto de ti. Pedaços, instantes no tempo em que consigo abstrair-me do meu corpo para estar em ti. Pedaços de alma que capto em viagens pela noite escura, como se completasse as tuas recordações com fragmentos de pensamentos.

Sei sentir cada pedaço da tua pele, cada curva da tua silhueta como se meus dedos fossem a bússola que guia os teus sentidos. Ofereces teu corpo ao prazer de voar sobre a tua alma como se percorresse a tua plenitude e sentes-me, entrar em ti, dissolver-me em teu corpo como água que te inunda a alma. Sinto o teu corpo estremecer, seguro-te num abraço apertado, e deixo-te adormecer aconchegada em mim.

A manhã acorda-te, envolta nos lençóis amarrotados de uma noite intensa, o corpo desnudo arrepia-se ao toque do primeiro raio de Sol, a brisa leva-me com ela fechando a janela, deixando-te entregue à tranquilidade, com um sorriso nos lábios, teus olhos brilham agora com a luz das estrelas que fazem deste dia, um dia mais brilhante. A teu lado, uma rosa vermelha espera que a guardes como lembrança dum momento inacabado.


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