"ontem não te vi em Babilónia"
Data 29/09/2008 18:15:12 | Tópico: Poemas
| chegavas com a dureza das limalhas cravadas ao olhar e num braçado de papoilas e mil trigos regurgitados no Abril dos cravos…
cúmplice, deitavas a cabeça nas minhas coxas enquanto soltavas asas de voar ... depois, sereno e plácido, fundias o teu beijo em meu beijar e sonhavas o horizonte peneirado em minhas mãos …
“ontem não te vi em babilónia”
e, d’ ausências prenhe, intempéries m’assalariam a alma - desordens cáusticas, tempestades e vontades de me enlaçar deslaça na laça tenra dos teus dedos dos teus medos a soldo de não seres soldado, eremita ou pária…
“ontem não te vi em babilónia”. dos vidros pontiagudos cresceram verticais as águas na fúria repentina das palavras porfiadas - destas que me faltam ‘ora, se escrevo amor em escassez de verbo conseguido.
“ontem não te vi em babilónia”... e d’ inexistências se esvaíram forças nos ralos largos de um tempo fragmentado...
[…desassossego-me. agito-me quebrantada. sou soluço e pranto, louco rugido, fúria da vaga, e logo, e agora, e já, não sendo nada, em detença aquosa, soletro-te e bramo por ti].
“ontem não te vi em babilónia”..., sim, não duvides sequer, que estava lá. ontem como hoje e sempre … espero por ti!
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