O CIO DO BARRO

Data 04/05/2006 15:18:08 | Tópico: Poemas




Entre o cio e a terra,
deito dedos no barro,
moldo, remexo e afago,
o húmus que este encerra.

Entre o cio e o mar
subo ondas, desfio,
fio a fio, o tear
do meu imenso fastio.

Entre o cio e a noite,
a erecção é um falos de terra
e o mar como num açoite,
explode no rosto de quem berra.

E o barro assim, já suavizado,
empresta ao momento,
o seu traço imortalizado,
nos dedos do meu alento.


Jorge Humberto
(18/12/2003)


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