eu fico

Data 30/09/2008 20:26:14 | Tópico: Textos

respiro o tempo com as tuas mãos enroladas nas minhas, o frio está de quarentena na noite que nos bate à porta. não abras. doem-me todos os ossos do corpo já morto nos teus olhos, gostava que me dissesses qualquer coisa agora, ainda que tenha a certeza de que não irei gostar de nada que a tua boca expire. a parede come-te a carne dos braços que se esticam para impedir qualquer distância entre os corpos, imóveis. entre os dentes pesa-te o receio de me veres partir, há alguns silêncios a prender-me as pernas, assusto-me. não vou a lado nenhum sem ti digo interrompendo o teu abraçar mais forte. fico.

Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=54942