Quem sou eu afinal?

Data 02/10/2008 09:24:17 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Relâmpagos de felicidade brilham
Desaparecem tão rápidos quanto vieram
Deixam o estrondo do trovão a ecoar no ar
Com o cheiro da ausência, na tempestade que se aproxima.

Meu buraco é vazio de todo céu
O cheiro pútrido invade minhas narinas
O gosto amargo do indesejado amarga a língua
O estrondo reverbera em cada uma das paredes.

O que caiu do céu?
Um anjo se despedaçou em mais uma ilusão?
Ou minha consciência gritou sórdida
Com o riso da minha solidão?

Quem sou eu então?
O vento soprou o segredo. Ninguém.
Mas quem sou eu então?
A chuva pingou a resposta. Todo mundo.
Deus! Quem sou eu afinal.


Respondeu o relâmpago no céu no seu brilho
O estrondo do trovão com sua força
o ar parado com seu cheiro intumescido
O vazio presente, no ausente.

Este é você. A soma de tudo. O nada.
O vazio e o cheio. A esperança e a falta dela.
O reflexo envelhecido no espelho
com o brilho arteiro no olhar.

Criança. Velho. Velho criança.
Inicio e fim. Mais fim, pois o começo deixou de ser.





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