CANTO

Data 03/10/2008 00:49:10 | Tópico: Sonetos

Canto no afã de afrontar o espanto
Que a vida traz aos pés de quem vive.
Canto pelo que eu queria tanto,
Pelo lugar onde nunca estive.

Canto para desfraldar o manto
Que cura a minha melancolia.
Canto para apaziguar o pranto
Que banha oculto a misantropia

Que cultivo agora em fértil adubo,
Que dança solta e à revelia
Daquele outro que fui outrora.

E até parece que descendo, subo;
Que faço tudo o que não faria,
Enquanto a dor passeia lá fora.


Frederico Salvo.




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