A Vida Inteira

Data 07/10/2008 13:42:54 | Tópico: Sonetos


De que me adianta ver à minha frente
a fria rigidez desse teu corpo
se agora, Pai, minha alma apenas sente
que por mais que se viva, sempre é pouco?

Se eu tivesse o poder num beijo ardente
de estampar um sorriso no teu rosto,
dar-te meu coração pulsando e quente
ainda que eu morresse pouco a pouco...

De que me adianta perceber agora,
quando o destino já te leva embora,
que eras a luz do amor na noite escura?

De que me adianta enfim sonhar loucura
se o tempo não nos livra da má hora?
(- A vida inteira a morte nos procura!...)

Este soneto nasceu num momento de grande tristeza pela perda da pessoa a quem mais amei no mundo(Meu Pai)e o fiz no instante em que eu estava ao seu lado, velando-o no dia de sua morte!



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