Espero-te simplesmente

Data 08/10/2008 22:26:13 | Tópico: Poemas -> Reflexão

















Espero–te simplesmente
No silencio da noite que me aconchega
Nas manhãs frias Outonais
que brotam do verão findo

O tempo passa sem me acolher
o nada acontece
numa monotonia gasta
num poema cinzelado
de palavras amargas de mim

Autonomamente vagueam
pelo papel indolente
sem pejo, sem inibições, atrevidas
conscientes do querer intimo
de gritar livremente
na quietude dos fonemas

Palavras e mais palavras
profetizam-se o destino
estigmatizado por temporais
destruidores de nós
por emoções castradas
por desejos acorrentados
nas profundezas do icebergue gelado
sufocando a sublimidade
do sentimento arquejado

Revolto-me, grito
libertando-me do destino
que não será meu

Elevo-me para lá de mim em ti
amaino os temporais vindouros
afago o tempo ancorado
deixo-me penetrar por ti
cegueira consciente, silenciosa
esquecida de mim

Espero-te simplesmente

Escrito a 08/10/08



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