ABANDONO
Data 15/10/2008 01:49:43 | Tópico: Poemas
| Dentro de mim houve um dia, Repleto de áurea alegria, Um outro eu que hoje mora Distante, pois foi embora Perdido em melancolia. Ficou tão somente a saudade Que desde a mais tenra idade, Covarde lhe perseguia.
E como foi isso? Ora, pois!
Foi sem dizer aonde ia Numa noite em que chovia À cântaros; Que maçada: Sozinho na madrugada Partiu frente à ventania Deixando no abandono O peito que era dono Daquele um que partia.
E o que levou consigo?
Levou a fotografia D’um riso que pertencia A um passado distante, Uma graça emigrante Que lhe fugira da vida Fazendo entristecida Sua doce fantasia.
Não havia outra saída?
Não. De fato não havia. Era triste em demasia. Como ave que não voa, Harmonia que destoa, Quimera que não pode ser. No tal amor queria crer. Infelizmente já não cria.
Frederico Salvo.
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