 
  
    	[SONETO DA TRANSIÇÃO]
    	Data 15/10/2008 13:05:48 | Tópico: Acrósticos
 
  |   Toco o escurecido céu com a ponta dos meus dedos, O céu obscuro e opaco, sem a luz solar e sem luar, Que inflama o caminho na imensidão tão invulgar, E, dos meus enganos venho e componho esse enredo.
  Toco o estranho céu, sim, com a ponta dos meus dedos, Impregnado da inércia ausente de qualquer galáxia estelar, E, na ausência de alor, eu, sóbrio, me pego a sonhar, E, torno aos tempos em que o meu cerne era o medo. 
  O medo por deixar o conforto do quente útero materno, O medo de ver as cores, as luzes, o estado sempiterno, E, viver na ilusão de uma chupeta e de uma touca.        
  O medo de descobrir no crasso estímulo que me incita, O medo de saber que já não sou mais reles um parasita, E, de sentir o dedo aposto em meu céu da boca.   
 
 
 
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