
Amanhã Tudo Acaba...
Data 20/10/2008 07:03:17 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Amanhã Tudo Acaba...
E tentarei não ficar aos prantos Por baixo desses mantos De mórbida melancolia! Que levou-me onde outrora era tão assustador Mas somente parecia Pois era em fato só o cessar da minha dor...
Causaste em totalidade E agora partes? “Deixe-me em paz” Essas foram suas últimas palavras... Amargas! Ingratas! Abriste um rombo em meu coração e o deixaste sangrar Assististe do altar que lhe fiz Toda minha penúria a gargalhar... Talvez foi isso que eu sempre quis... A cada riso Tiravas-me o que mais preciso Ou precisava... Esperança! Agora só uma junção sem sentido de sílabas...
Saída não há A quem encontra no vácuo um citoplasma O vazio preenchendo o nada! Paradoxo que me completa Somos o doce azedo... O barulho silencioso... A calmaria anarquista... O amor odioso... O fim ditoso! Somos fadados à incompreensão À eterna lamentação...
Mas por que estou a preocupar-me com o futuro? Se amanhã nesse horário serei somente um furo No tempo-espaço Ilógico esse com minha existência Pois não há razão que compreenda minha sentença! De justiça injustiçada De verdade maltratada... Extrema sinceridade usei E completo mentiroso me tornei! Aleive que um dia será desmentido Mas demasiado tempo terá se passado... Em outra realidade já estarei Tendo diversão?... Sofrendo do coração?... Esquecido em outra dimensão!
Motivo não tenho algum para sentir-me mal Daqui a poucas horas estarei no meu final! Meu sonho partirá da minha mente Assim que esse projétil me acertar finalmente... Assolando tudo que foi meu empecilho De ser feliz! Razão minha que é sina Serás destruída e me deixarás em paz! Malfeitora fugaz... Empurra-me na lama e se oculta entre meus ouvidos Torna o simples ato de respirar algo tão difícil... Mas serão punidos Mente e coração! Unidos agindo para minha estagnação Mas só em vida...
Só mais uma hora e estarei liberto! Não posso mais voltar atrás... E por que voltaria se o que anseio é de certo? A escuridão que salvar-me vai dessa tua luz Que me cega, e seduz!
É o momento Não vou hesitar! A ti não vou mais pressionar Para ter sua paixão Ou ao menos consideração... Por tudo que fiz por ti Ao mesmo tempo torturando a mim...
Tudo acaba agora! Comecei a fenecer no dia em que tive a infelicidade de nascer Principiarei a sorrir no momento em que falecer...
Inda que todas essas lágrimas se tornassem sentimentos concretos Que anulasses meu decreto de morte Mesmo que eu pudesse voltar a ser um feto Não há mais como voltar pois serei forte! Não mais adiarei encontrar minha salvação Através dessa canção que a ti dedico Esta que acabaste de sair do meu coração E por ti vai quebrar as barreiras do som E da morte! Para te mostrar que apesar de tudo que fizeste a mim Todas as facadas pelas costas As torturas que perduram sem cessar... As amarguras que nunca deixaram meu paladar... Ainda é por ti que esse pulmão cansado de trabalhar luta E não há ato que mude essa labuta! Infelizmente... Coisas que você não sente... Pois és mais fria Que palma minha ao tocar-te a alma... Que percepção minha ao olhar-te nos olhos E intuir que não existe “nosso” Tal como não existe lágrima com razão...
Enfim... Aumento a música Deito a caneta Apago a luz Penso em ti Desligo a mim...
Ronaldo Bezzi
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