Torturas Torturas-me como quem me ama, E como quem sabe o que é melhor pra mim Me trazes aos seus pés, de forma irônica me dás prazer Como alma penada à procura do paraíso sigo teus sinais Sinto-me em êxtase, um êxtase doloroso, com gosto de sangue... A cada desejo teu satisfeito sinto-me mais inútil Uma inutilidade de desejos contidos...
Corre pelas minhas veias aquilo que te excita Meus poros transpiram desejo Desejo que me roubas para os teres a seu bel prazer Minha lascívia, meu gozo, meu prazer são todos teus... Causas dores em meu corpo E não obstante nunca teres me tocado são dores reais Em lugares estratégicos, dores intensas, contínuas São as dores dos desejos proibidos, abafados Inconfessáveis, mas explícitos...
Me excitas, me provocas, me deixas em erupção E então, como quem dá ordens a um vulcão condenas-me à quietude Torturo meu corpo para que não te queira Mas ele como um viciado te deseja ainda mais Masturbo minha alma para que te esqueça Mas ela faz questão de tornar-te ainda mais presente em minha mente insana
Entrego-me aos teus impetuosos desejos Na esperança de que me arranques essa impiedosa dependência Ofereço-te minha carne para que a minha dor saia, escorra... Quem sabe assim eu consiga arrancar-te de mim... Saciar-te Mas mutilas minha alma com navalhas cortantes E prazerosamente tens em tuas mão meu coração que palpita E nele alfinetas agulhas levando-me ao delírio...
Tenho medo da tua ausência, tremo na tua presença Não consigo conter-me ao olhar-te nos olhos Quero gritar e fugir, mas me entrego para ser totalmente teu Exclusivamente teu e assim sirvo-te as delícias do prazer Quando queres, quando teus desejos gritam estou aos seus pés E como bom escravo recebo o castigo do amor as navalhas do prazer...
Assim, amarrado com as cordas do desejo Meus olhos vendados com a loucura da paixão E a minha boca vedada para nem se quer pronunciar teu nome Estarei pronto para ser o que sempre quis Teu objeto de prazer intenso Um escravo lançado às masmorras dos teus desejos mais exóticos.
damu alamini, 18/04/2008
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