pérolas a porcos

Data 20/10/2008 12:59:59 | Tópico: Poemas -> Reflexão

O dia aprontou o seu gentil leito...
O Sol desfinhou por aí,
tanto ele como a Lua desapareceram.
Quando a penumbra se levantou
princípiou um leve gotejar
de pérolas líquidas abrilhantando o chão.
Enquanto vadiava pela rua deserta,
sentia gelar os ossos e a carne,
com um sobretudo do peso do mundo
e a alegria de um crianço.
Como fossem ternos beijos constantes
de som vibrante, sem comparação,
escorrendo pela cara e corpo,
acariciando o rosto sujo, carente.
A noite escura de invernia
empoçava o chão
e a luz vinda dos candeeiros
parecia acabar.
O ébano ia surgindo,
sentia-se deus e o diabo no ar
e as pérolas cadentes, sem parar,
quase me faziam feliz...
As ruas continuavam desertas,
inacreditavelmente...
Reflexões à chuva.



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