
O TEATRO DO VIL-METAL E A AURORA BOREAL
Data 21/10/2008 12:44:22 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| O TEATRO DO VIL-METAL E A AURORA BOREAL
A encenação da qual participamos É impecável, plástica, diáfana, de brilho soberano Quanto á fisiologia de sua hipnótica velhacaria: Erige prisões compostas pelo cimento do sofisma Onde são concebidas, lapidadas, polidas As ignaras mentes cativas.
Enquanto esta áurea epifania Floresce sobre as casamatas do meu cérebro, Subjugando, de modo pleno, O mar de meu córtex, Exilado no intangível paraíso da sublime letargia daninha, Contemplo uma miríade de cores infinitas, Feericamente aprisionar O airoso céu noturno Da minha adorada Bahia!
Não, não posso crer: A aurora boreal, nativa Do ocidental hemisfério despótico da América, Num crescendo veloz, voraz, celerado, Harto, serelepe e altaneiro, Me rapta célere, ligeiro, Fazendo-me em seu garrido e labiríntico seio Querer viver eternamente por inteiro.
No entanto o término da viagem assoma, Embora, por estar ainda extático, Eu sequer perceba. Então, quando recobro a consciência, Tenho a certeza de não ter sido miragem, A insana verve a manipular-me a cabeça. Não, a aurora boreal Veio como um sinal: Um sinal dizendo que, Apesar de ser murro em ponta de facão, Eu não esmoreça Pois todo dia é uma nova via Para se ter a chance De se fazer nascer e rutilar ---- Eternamente ---- O magno girassol contido No coração da solar centelha onipresente E no da, ainda que sofrida presa inciente, Alegre, etérea, impávida e laboriosa gente.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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