SONETO DO RONCO

Data 21/10/2008 13:00:45 | Tópico: Sonetos

Soneto do ronco
Jorge Linhaça

Nefando ruído que tão me incomoda.
A roda dá mó é menos ruidosa
do que o som da garganta pavorosa
que ronca à noite repetida moda

Vade pois retro, qu'eu já te esconjuro;
Boca do inferno!Tormento dos demos!
Deixai-me dormir uma noite ao menos.
Por tudo qu'é sagrado t'abjuro!

Silencia, ronco de mil estertores,
Livrai-me agora desses teus horrores
Poupa-me já, aos meus pobres ouvidos

Ata a mordaça à boca nefanda
Cessa o barulho da pérfida banda
Deixai-me sonhar, sem tantos ruídos.

***



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=57733