ainda me doem os pulmões que não respiram

Data 22/10/2008 10:09:51 | Tópico: Poemas -> Surrealistas

ainda me doem os pulmões que não respiram
em horas mortas
a floresta
ainda, em disfagia, tento engolir o que resta
d’alvorada brava da demora.
demoro-me. (de)moro-me em mim
vazia

mareada, espraio o olhar cansado
em consumos moderados
de azul-cobalto
o mar
o olhar cinzento
busca o verde …
o verbo, a relva, o pasto… a maça que trinco
que mastigo e beijo devagar,
insana

bebo
o chá preto, busco a riqueza do tanino que me prenda
à amurada.

ainda me doem as guelras, fora d’água.

peixe
mulher
pele
escamas. … ainda!



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=57845