Eureka (reeditado pelo dia da MULHER)

Data 08/03/2009 15:07:32 | Tópico: Textos -> Esperança

Madalena crescera ouvindo mulheres casadas chorarem caladas a infidelidade de seus maridos, insultando em surdina as que os tinham mais que elas. Incapazes de os fazer sentir tanto… nem tão pouco arrependimento, ou o sentido de que estava errado.
Madalena adulta nunca havia sido adúltera, porque quando amava, não conseguia mais brecha em seu coração que permitisse a entrada de outros.
Já se tinha, por alturas, juntado aos vadios do sexo, libertos de amarras apenas buscando o prazer carnal, mas sempre a dois e, apenas até voltar a amar novamente.
Enquanto amadureceu, venceu algumas batalhas e deu outras por perdidas, mas uma coisa é certa foi desenvolvendo capacidade de definir estratégias ganhadoras, a cada novo obstáculo, a cada novo desafio. Não deixava de ser surpreendida sempre por inovações e modernidades em relação ao já experienciado, mas possuía também uma capacidade analítica que lhe permitia retirar os factores novos e analisar o cenário em função do repetido, ou colocar apenas os factores novos e analisá-lo à luz do bom senso adquirido.
Nessa análise concluiu “Não o conseguirei como quero, e de facto o que quero é muito”.
Mas então como minorar a dor?
Esta tem duas faces: a traição que só existe porque existe mentira, e o ciúme que só advém da insegurança.
Ora, se cortar ambas as raízes a dor poderá dissipar-se como o nevoeiro no tempo.
Se não existir mentira, ocultação, omissão, engano, não existirá traição.
E por outro lado partilhar esse segredo, aumentará o sentido de união e com isso se reduzirá a insegurança.
EUREKA MULHER!!!



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