Vazio,solidão e suicídio
Data 31/10/2008 02:23:53 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Dilacerada em meus braços pendentes, Uma lágrima sanguínea,frígida que some na ilusão flamejante, Da dor pungente o contundente golpe de fadário temido, Solidão apresentada sob o cadáver fecundando a terra escura do coração, Em forma pulcra,sagrada que se dilui na tristeza.
Fulgidia prece de mãos unidas ao colo frio, Olhos fechados despertam-me do letargo embaraçoso e a flébil canção a guisa de marcha ecoa na mente pertubada, Gostaria de morrer quando a alvorada cuspisse sua luminosidade baixa(Que assim seja).
A solidão é o vazio de uma decepção já conhecida, O espelho de outro reflexo amoroso e não compensador, A entrega ,a ilusão de força e poder quando então tudo se decompõe E a podridão já não pode ficar escondida mascarada pelo contentamento,incentivada pela melancólica percepção de sentido que falta e energia esgotada.
Lânguido e sutil ,o sorriso permanece no retrato dedicado, E palavras em amplexo amargo de desprezo disfarçado e carinho, Amalgamados na desconfiança e distância física de almas que jamais se encontrarão, lábios que não concretizaram a mudança necessária.
Inebriado na alvura macia da pele,dos braços e pernas,do calor tão necessário para prosseguir, A fidelidade ao ideal de proteger e viver apenas para ser feliz através de outrem,a mulher deslumbrante que atravessa o campo dos sonhos para realizar de forma simples aquilo que mais importa.
Véspera de outono,flor de helianto fecha-se, Não mais o alento de permanecer e contemplar tudo que desejo mas não obterei, Trevas irmanadas vão desaparecendo entretanto pássaros não cantam,, O nome dela apenas ao surgir o primeiro sinal,despontando uncólume o astro amanhece,sem a solenidade desnecessária, Estou partindo para longe daquilo que lutei para conservar durante tanto tempo Rompendo o véu tênue que liga-me ao mundo dos que não repousam eternamente.
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