"...me dê memória, depois, se puder, perdão"

Data 01/11/2008 03:16:07 | Tópico: Poemas

Num mais que profundo esquecimento, tenho a mim.
São meus beijos os beijos que recordo, minhas palavras as que ecoam, agudas, na amplidão daquele quarto estranho.
São meus gestos os gestos que até hoje confortam-me, que me aliviam do ardor da viagem de volta.
São meus lábios os lábios que sinto queimando na epiderme de um momento tão antigo, tão desprovido de animosidade.
Sou eu toda a minha lembrança,
meus passos os que ouço,
meu nome em minha mão,
caligrafia minha... o que leio quando me vejo no escuro.
Não me lembro do que expirou, mas é tão branca a minha pele, tão pele, tão minha,
que não me pode esquecer...


* A tudo chamo poema.



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