As maldades pagam-se caras!

Data 04/11/2008 16:31:09 | Tópico: Poemas -> Desilusão

Dizem que vivo com demasiada paixão.
Que idealizo, que sonho acordada.
É verdade, tudo o que faço é com entrega,
Dedicação.

Sonho com a alma, vivo com o coração.
Chego a flutuar, levada pela emoção.
Mas isto não é uma qualidade.
É uma maldição.
Que me persegue, que me deixa…

Frágil. Ferida.
Sou uma sombra perdida,
Deambulando na noite, esquecida.

Sonho sim, mas…
Deito-me com a realidade,
E acordo com a desilusão.

E apesar de por dentro,
Me preencher a tristeza, o vazio e a solidão.
Continuo sorrindo,
Procurando uma luz na escuridão!

Serei eu tão ingénua como me dizem?
Será tão grave ser-se assim?

Mas quem sou eu para rejeitar uma amizade?
Quem sou eu para recusar a minha mão,
A um pedido de ajuda?
Quem sou eu para julgar, ou condenar?

Eu não sou ninguém…
Apenas algo, com os seus defeitos e suas culpas.
E como posso eu recusar ou rejeitar algo,
Que para mim é enorme gratificação,
E motivo de felicidade?

E porque devo ajuizar ou conceituar,
Quando não é do meu agrado?
Não me dá satisfação.
Ninguém é perfeito.

E quem perfeito se achar,
Afirmo, que é bem mais sonhador do que eu,
Irrealista, que não me deve sentenciar.

Porque me sinto tão vazia?
Porque me apetece chorar?


De uma coisa eu tenho a certeza,
E certezas na minha vida são raras,
É que a bondade é retribuída.
E as maldades pagam-se caras!



(Vânia B.)



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