Indie
Data 04/11/2008 23:04:01 | Tópico: Poemas
| O amor dura rigorosamente 3 minutos e 30 segundos, mais ou menos a duração dos limites do que pode ser entendido de uma clássica canção pop.
Em tempos áureos foi um hit com direito merecido a muito airplay, circulava exaustivamente em repeat pelas vagas hertzianas, fez furor e culto, angariou groupies dirigentes de um clube de fãs respeitosos e devotos da sua discografia e das apresentações ao vivo que guardavam religiosamente bootlegs caseiras de raridades, lados-b e inéditos.
Era indie rock dançável mais ou menos alegre mais ou menos triste mais ou menos absurdo como sempre vi os pavement.
Hoje quando se vasculha a montanha de pó frio da memória em busca dos discos preferidos percebe-se que a fnac já não os vende remetidos foram ao fundo de catálogo de uma label que mal subsiste no mercado fonográfico actual, à custa da carolice pelas velhas preciosidades.
Se procurarmos pacientemente será possível desencantar um exemplar imaculadamente conservado de um 7 polegadas amarelo limão; uma peça de coleccionador que jamais soará no gira-discos doméstico dos puristas do vinil, destinada a engrossar a prateleira da estante de um acervo de um museu de vícios privativos e intransmissíveis.
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