Cruel

Data 18/04/2007 23:03:34 | Tópico: Poemas

O mutilado som
De uma palavra calada
Feita de letras mudas,
Feita por uma boca aberta
Na ponta de uma garganta...
Engasgada,
Perde-se no ar.

Não se canta.

O eco informe
Que volta do ruído
Remete-o a um ganido
De dor que não dorme...
É de som sem sílaba
De carpido enrolado
A corpo chagado,
Derrubado.

Vê-se, de fundo, um esgar
Que teima em saltar
De cara sem rosto
Com um sorriso posto,
À laia de remoque
De quem pode e não salva.

A luz alva,
Lá foi enegrecendo em gemido...
Doído, doído.

Valdevinoxis


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=5958