Má memória
Data 05/11/2008 18:40:54 | Tópico: Poemas
| A estátua de bronze, busto de alguém Faces redondas estilete macio Em olhos redondos de ganância desenhada Lábios rasgados de fina ironia Em testa, borda de cabelo alvo (bafo de santidade?) De bronze o vestiram em aprumos De monsenhor eclesiástico, pescoço esganado Como esganada foi a vida Da biltre personagem. Reverencia-lhe o povo a justa homenagem A que o padre acudiu em mil peditórios Para a obra social, para os inválidos E para a estátua de bronze. Povo de fraca memória que lhe dá sorrindo Na morte, o que lhe deu em vida a chorar Continuando a inclinar o reverente focinho Aos lábios irónicos, de fartar vilanagem.
|
|