
Um ano de solidão
Data 14/11/2008 07:44:44 | Tópico: Poemas -> Saudade
| Hoje é completo um ano de solidão na contagem cósmica de um espírito pagão. Que, sondando o infinito, perde os anos sempre buscando, uma simples explicação.
Não, não quero choro. Muito menos festa. Comemorar com alegria, saudades, expressa. O caminho foi traçado, não foi pontilhado Na ligação que compõe essa peça.
Não queria me alongar, nem mesmo comentar Mas qual o motivo de não registrar ao menos compartilhar, um fardo, hoje leve trancado numa gaveta interna a plasmar a marca negra numa alma que tenta brilhar.
Ah! Como é fácil mascarar. Manipular. Passar desapercebido sem se apegar. Preso numa invisibilidade vazia a cantarolar Solidão, saudade, vazio, buraco aberto no céu descoberto sem uma única estrela o caminho iluminar.
Não, não é preciso cantar, nem festejar este aniversário é de pesar. De pensar. De meditar. De comprovar.
Venha. Vamos saudar, companheira saudade com um grito de liberdade, uma única certeza promíscua, infundada. Que sou feliz! Pois não há apego, não há fronteiras Não há carinho, não há maneiras de sonhar em paz contigo solidão, meu bravio cão. Que trago junto a coleira invertida já que me guias a cantarolar, com a saudade companheira: Parabéns a você, muitos anos de vida. Bem dita, pre dita, sem fita. Que amarre num presente. A felicidade que um dia foi presente.
Ah como é boba a nossa ilusão. Que, no vício da solidão nos faz ver somente o bom, em recordação. Felicidade não existiu. Foi uma quimera.
Saudade. Solidão. Vivacidade. A loucura de alguém a comemorar 1 ano de saudade, na mais profunda felicidade de sua eterna companheira lua.
Esse poema é mais uma nota pessoal do que um texto que deveria ser publicado. É um conjunto incessante de perguntas e respostas dadas por dois lados de um mesmo eu. Quem sabe um dia, encontro a saída deste meu próprío labirinto onde me perdi.
Enfim, fica o registro. Um ano voa. No paradoxo do tempo que é eterno, mas nunca suficiente. E tão rápido quando estamos felizes, ou descontentes.
Vai entender. Nem mesmo a nós mesmos fomos capazes. Enfim. Registrado.
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