O rio

Data 22/04/2007 02:23:42 | Tópico: Textos

Andando pela vida com passo de vadio, vai um rio entre margens largas, gastas, altas e baixas. Vai plácido com vontade de ser rápido e lento, de andar e de correr num “sempre será assim”.
Andando, descendo de altivas montanhas ou só colinas... vai, depois de nascer, vivo sem querer morrer, torto e direito, cheio ou nem tanto até abrir o sabor do seu corpo em tempêro de bom sal.
Andando, escorregando sem descanso, descansando ao escorregar pelas artérias sulcadas do solo feitas leito fundo ou raso, segue selvagem, enquanto existe.
Andando, cristalino, dá os flancos ao mundo. O mundo aceita e não agradece.
Andando, poderoso, é fraco e acaba por se render às paredes sujas que o espremem sem complacência.

Valdevinoxis



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