A um amigo morto

Data 15/11/2008 22:43:04 | Tópico: Poemas -> Surrealistas

Já és um pouco de cipreste, e tens
um estranho vibrar cada manhã;
Não é para ti que toca o sino,
se gorgeia a vida que não sustentas.

Já és seiva de rosas...O teu destino,
amigo das rosas, se desfolha
e êsse pouco de sol e essa ligeira
doçura com que agora te apresentas.

Amigo dos álamos, amigo
do rouxinol, da tarde e da quimera,
companheiro de outonos e verãos...

Voltar outra vez a caminhar comigo,
que é impossível, agora, na primavera,
teu amanhecer é de silêncio e escuridões.




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