POÉTICA

Data 16/11/2008 01:55:56 | Tópico: Poemas

As praças, as ruas
estão desertas.
O silêncio
preenche
o vazio

Espectros perambulam
pelos lugares,
penetram nas casas,
nos corpos.
A noite desaparece
do Tempo.

Um silêncio insuportável
cresce
no absurdo espetáculo
da morte.
Há bilhões e bilhões
de anos
a cena ininterrupta
se repete.

Elo para a comunhão
entre todos os seres,
milagre primordial
da vida

É necessário que todas as coisas
se completem
num ciclo infindável
de eternidade.

Há que se morrer
até não mais ser possível
a morte
em sua inverossimilhança.

Celebro a vida como um testemunho
do vazio da morte,
no alegre desespero
de viver.


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