A ausência ensina a amar

Data 11/02/2009 19:37:38 | Tópico: Poemas -> Amor

... os gestos têm olhos trémulos
que perdem peso
quando as distâncias,
amarrotadas de vazio
nascem enamoradas debaixo dos olhos
com vontade de correr o mundo,
venha a vida danada que venha,
o amor é um musgo doce
com nervos de liberdade,
um sopro húmido de ansiedades
que nos ensina a abordagem.
Nas veredas da ascensão
colhemos as fúrias mortas
que nos azedam o destino,
entre a noite e o ar
de regresso ao lar e ao berço.
Pelo marasmo das palavras
o sangue sabe de cor
lindas searas de poesia
que a paixão prometeu
ao suspirar do corpo.

O coração tem o chão bravio
de graníticos desejos
tolhidos de sossegos amantes
e quebrantos de emoção,
entre as risadas do espaço
e a soma das cores,
cabelos soltos à congestão da voz.
É este o destino dos gritos,
adoeçer ciladas na força da angústia...

Lá dentro da dor
em pleno sussurrar de mágoas
o momento são dois garotos
de mãos entrelaçadas
com os olhos molhados de queixas
insubmissos,
presos por dentro e por fora
com gritos de ânsia
que os algema ao carinho
afectuosos de doidices e mimos
... na penumbra da solidão
sem amor, longe do sol
longe dos lugares que somos,
é tão vazia e pobre
a nossa vida.


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