Há lágrimas virtuais(?) À Helen

Data 17/11/2008 14:15:24 | Tópico: Textos

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A rosa lá continua, amiga, a florescer em cada dia no teu nome, e muitas mais teimam em proliferar pelas nascentes dos rios que se atrevem a romper das serras.
Sabes do meu fascínio pelas rosas não sabes?
Hoje a melancolia fala-me delas, de ti, num desfilar de pétalas amontoadas numa emaranhado de folhas secas que o vento de Outono varreu impiedosamente.

É ao longo dessas nascentes que invento, como quem pinta um quadro abstracto no pensamento, que encontro essas mesmas rosas que vão amarelecendo, até que as suas pétalas desfalecem nessas aguas puras, num desassossego de formiga que não sabe nadar.
É então, ainda numa sequência desse idealizar patético,que o céu lá se abre... numa transversal transparente.
É assim que te vou reencontrando no meu pensamento, quando perco a luminosidade dos teus olhos de lince, entristecido. É assim engendrada a tua imagem distante, pela minha vontade em ver os teus olhos.
Os amigos virtuais não sentem isto… ou sentirão?
- Pergunta inútil... eu sei!
Será que a minha virtualidade terá o virtuosismo de ser diferente, ou pura e simplesmente a amizade nasce porque tem que nascer, como essas rosas, que florescem e morrem ao longo das nascentes que rasgam as mais longínquas serras?
Hoje…
Senti saudades tuas, e como eram de facto saudades autênticas, peguei numa lágrima que me caiu pelo rosto. Meti-a num tubo de ensaio e vou mandá-la analisar para que me comprovem se também é uma lágrima virtual!

VÓNY FERR
EIRA






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