DA TERRA E DO RIO
Data 17/11/2008 19:38:28 | Tópico: Poemas -> Dedicatória
| (Da Terra, que direi?... só amá-la eu sei!...)
Douro verde e meiga, que feitiço abrigas, no manto tecido de afagos quentes que o sol que namoras e por ti se rende estende nos calços de videiras pródigas?... Douro são teus seios de cachos nascidos em bardos bordados no berço das vinhas, com suor talhados a rendas e linhas e paixão de homens a enxada sentidas! Douro de vaidades ornadas de verde baixando seus olhos no rio sereno, mesmo quando o frio lh'aperta o Inverno, certa da beleza que zela e não perde! Douro de declives em forma de cálice Onde o sol se toma, em néctar de deuses, em brinde de honras e ritos corteses, se penhora o olhar em desejo cúmplice...
(Do rio, que contar?... só o sei amar!...)
Douro azul e ágil que buscas nas franjas o calor do abraço e meigo remanso das colinas doces que refectes manso, quando o Sol se deita nos lençóis das granjas... Douro são teus prantos de águas rebeldes quando de paixão beijas doces pregas do corpo de virgem prenhe de entregas à mercê de ânsias do amante em sedes. Douro são teus brilhos de fluídas gemas em colar de enfeite de colo macio, carícia enleante em leito de rio, lavra perfumada de rima e poemas... Douro que eu sorvo em tragos de êxtase sempre que o ouro se funde nas águas, vinho fino e sol, ourelas da Régua, eterna beleza em infiel diástase...
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