ONTEM
Ontem foi o dia mais escuro O sol brilhava no céu ao entardecer O poente ficou avermelhado, céu limpo sem nuvens. Na minha alma fora noite o dia inteiro Não havia Sol que pudesse ao menos mandar um raio de luz Negro dia, angústia, tortura na alma. Alma inundada pelas chuvas do inverno gelado Ausência, do Sol, do céu, das estrelas... A tua ausência, dia escuro...
O Sol o vento o céu azul o dia Na minha alma... Em fim era entardecer, tornou-se trevas, ainda mais... No horizonte o Sol, apenas raios, vermelhos no escuro da noite. O cais o barco a água passa, Silenciosa, constante e sempre está aí. A dor, silenciosa, constante sempre... Não passa...
Sentado, fitando o horizonte escuro, estrelas. Carros, som alto, pessoas indo e vindo sorrindo... No parapeito, o peito soluça as lágrimas contidas, sofridas! O barulho, os gritos, as risadas a música... O silêncio da minha alma como a água que passa Angústia satura, transborda calado no soluço, na lágrima no choro. ...
Não se ouve som nem voz Mas a alma grita teu nome, insiste que ouça a voz calada. O grito de socorro que ecoa silencioso pelo Rio Ultrapassa árvores, some no horizonte negro. Grito teu nome, soluço interrompe Teu nome! Nome! Nome! Nome! ...eeee!! que os ecos transformam em música... Socorro! Corro! Corro! Morro!...
Não dá pra conter, sem voz sem som Ecoa novamente teu nome... Ontem foi escuro o dia Multidão se atropelando, falando, gritando, cantando, andando... Em mim só eu Não ha-via mais ninguém No horizonte o Sol, se foi escuro. Vazio, os ecos, ... Teu Nome ... Minha voz em silêncio gritando... ... Hoje o eco voltou Uma mensagem apenas. Teu Nome ...
Josafá Gomes Pereira 21/04/2008
|