
MINHA RAZÃO DE EXISTIR
Data 21/11/2008 16:47:56 | Tópico: Poemas -> Amor
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Quando sozinho sem ti, deixo de ser eu, para passar a ser uma coisa qualquer, sem sentido algum, que me mostre uma estrada limpa, por onde caminhar, meus passos, abandonados ao silêncio citadino.
Perco-me na cidade, por entre esquinas e ruelas, onde impera o verdete dos degraus, como cotos amputados, para velhos e jovens, que aí encontraram o seu refúgio, e eu a minha dolorosa e tão inapta solidão.
Em minha mente, caminhando ao acaso, apenas o teu belo rosto e sublime sorriso, faz descer até mim o sol, deixando-me um pouco de seu calor, fazendo, com que minha vista, vá mais além, até ao rumor do bulício.
Em gesto natural, minhas mãos, buscam as tuas, como é de costume, ao caminharmos, de mãos dadas, em nossos passeios rituais, sempre procurando a sombra das árvores, vislumbrando o abundante mar, mais abaixo.
Lembro-me de, como, quando estás na praia, sublime presença, à beira-mar, ficas a olhar o horizonte, fascinada com o encontro do céu, com o mar e, resolvendo caminhar um pouco, te deleitas, vendo, das conchas, as mais belas.
Ah, mas, meu doce amor, senão fossem estas recordações, o ter-te presente, sem nem sequer estares em presença, junto a mim, não imagino, quão lúgubre se tornaria a minha vida, quando se faz silente, e, eu, pouco mais que nada?
E torno a passar pelo nosso jardim, que, de tão bem cuidado, diz bem de nosso amor e empenho, posto nele a cada instante, cheio de lindas flores, que dão gosto ver crescer, quais setas apontadas ao azul do céu e ao âmago, vivificante do rei sol.
Por isso te digo, quando sem ti, deixo de existir, perco o norte e o caminho, de regresso a casa, e meus versos fazem-se tristes, entre quatro paredes, que esmurro, quase sem consciência, ante esta inércia, espreitando um descuido meu.
Jorge Humberto 20/ 11/08
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