Sem título XXI

Data 23/04/2007 11:59:17 | Tópico: Poemas -> Sombrios

Agora
falo calado de um suicídio...
do meu!
Remeto-me, negro, ao interior...
o meu!

Bato nas paredes do crâneo
com um morrer instantâneo
que saúdo... me saúda,
traidor de existências,
cicuta fulminante e muda
que culmina em demências
a escorrer do lado de dentro.

E continuo
a falar calado de um suicídio...
do meu!
Remeto-me, negro, ao interior...
o meu!

Raspo os joelhos
em promessas silenciosas
por sangramentos velhos
ou vaidades caprichosas
e deito-me, a ver doer,
à espera de deixar de viver,
que olhos fiquem baços
que a cor me fique lívida
na calma dos abraços
de uma anunciada despedida.

E no fim vou-me calar
a falar de um suicídio...
do meu!
Finalmente, remeto-me ao interior...
o meu!

Valdevinoxis



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