
A FLORZINHA AMARELA
Data 22/11/2008 16:51:07 | Tópico: Poemas
|
Levando cuidado, no caminhar sobre as rochas, que espreitam, lá em baixo, o mar, salpicando tudo à sua volta, num frenesim de águas revoltas e de espuma, como crinas ao vento, dirijo-me para uma flor amarela, junto ao precipício, nascida entre duas pedras, com algum musgo, ao seu redor.
Chegando ao destino, eis reparo, como a bela flor, contra todas as intempéries, cresceu farta e de cor bem prenunciada. Ali o vento sopra perigosamente, e um passo em falso basta, para irmos de encontro às águas perigosas, que não cessam sua grand fúria, em ondas simultâneas, batendo de encontro à frágua.
Cabelos esvoaçando, sem tino, decido-me sentar-me, junto à flor, que, melhor do que eu, suporta o vento, parecendo-me feliz, pelo poiso encontrado, onde, todas as manhãs, recebe o alvor do calor do sol, que a vai alimentando, com a sua fotossíntese, que água não lhe falta, subindo pelas feridas abertas, na rocha.
Ainda fascinado, com a nossa florzinha amarela, que, sem pestanejar, mantém-se firme nas suas pedrinhas, com algum esforço, consigo tirar do bolso, do casaco, um bloco de apontamentos e um lápis, e, inspirado, por esta força da natureza, inicio uns versos, minha sentida homenagem, numa indelével recordação à flor.
Mal eu reconheço minha letra, pois o vento não dá tranquilidade, para mais. Entanto, terminado o poema, despeço-me da esplêndida flor, que me soube incutir, estas palavras, que vos deixo, de um momento factual, quase insólito, que chamou minha veia poética, para que a beleza não ficasse escondida, ante nossos olhos.
De facto, a natureza, é pródiga, em nos surpreender!
Jorge Humberto 21 / 1 1/08
|
|