Nem lume, nem lava ...

Data 23/04/2007 15:30:28 | Tópico: Poemas -> Sombrios

Nem lume
Nem lava
Nem arado no mar da terra.
Nem cântico herético, profano.
Nem dedilhar magoado de guitarras
a acompanhar o canto cigano.
Nem serenatas coimbrãs
de dolentes fados – amores antigos
revisitados, uma e outra vez,
tais os de Pedro e Inês.
Nada hoje me agasalha a alma, repuxada
por fios imperceptíveis,
lá para longe onde tomba vazada
a pedra fria e baça.

Que nada existe que não seja escasso
quando ausente permanece de nós
o abraço.


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