Confluências

Data 24/11/2008 20:13:06 | Tópico: Poemas

Tem aqui onde moro dois rios
Gosto de pensar que são meus
Corrente em constante adeus
Cada um em mil delírios

Um sempre colérico e apressado
No pino do verão, ou frio inverno
Ruge feito besta no inferno
De fragas e rochas bordejado

Outro, sempre lento e preguiçoso
Espreguiça-se campos adentro
Aos malmequeres dando alento
Para ofertar em namoro ocioso

E são os dois como essa flor
Bem me quer, mal me quer
Enfeita um namoro qualquer
Ali nas margens em puro ardor

Gosto de me pensar na intersecção
Dos rios em encontro controverso
Meus sentidos em puro reverso
Agridoce sentimento de invasão

Confluências do “eu” cínicas e puras
Um terno, outro contrabandista
De espólios certos em entrevista,
Colóquios e introspecções duras



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