Excadescere

Data 01/12/2008 23:04:00 | Tópico: Poemas -> Introspecção

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Nas quimeras do vento viajo além mar
Sinto o entardecer de mais um ano, mais um rosário
Prescruto nas vozes do tempo “- ...é tempo de começar...”
Sentindo na pele o frio agreste de meu triste fadário!

Nas asas desta melancolia solta-se um grito
Solta-se um gemido, solta-se um um arrepio
Percorrendo-me o corpo, que chora de aflito
Que sangra, pois em mim mesmo não confio

Nesta noite onde a traição se sacia à mesa
Repastando-se na dor ínfima do demais convidados
Preenchendo os copos com o fel da incerteza
E, bebendo o doce sentir dos mal amados

Por todas as noites e tempos que me esqueci
Esquecendo-me das lembranças das omissões
Preterindo as lacunas deste vaiar que vivi
Sofrendo com os cravos pregados das ilusões

Sim, agora sei que é verdade este real existir
Descompensado e frívolo presságio sentido
Mas o tempo não volta, não volta mais o devir
Não regressa a alma do meu ser só e perdido.

Começar do nada, como se de nada fosse
Rebentando as águas para o meu novo nascer
Sem lembranças, nem cobiças, só uma vida simples e doce
Para eu simplesmente poder apreciar o viver.

"Vivendo, primum necesse est"


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