
MOMENTO DE LOUCURA
Data 08/12/2008 17:01:08 | Tópico: Poemas
|
É quando nos sentimos, mais sozinhos, enfrentando, por nós mesmos, insana solidão, que, tantas vezes, nos traz a loucura, escondida nas mãos, para que não haja tempo de reacção e toda a nossa fortaleza, feneça, como um castelo de areia, à beira-mar, que nos damos conta, do que realmente, nossa mente enfraquecida, está prestes a cometer, sem inteligência ou bom senso, que lhe valha.
Tento pensar e afastar, os malditos espectros, que fazem com que deambule, de um lado, para o outro, do quarto, que se tornou desconhecido para mim, ao tacto e ao olfacto.
Com alguns princípios, do que se poderia chamar de loucura, aproximo-me de minha biblioteca, e, sou assaltado por figuras, saídas dos livros. Confrontando-as, e, num acesso de fúria sem sentido, jogo tudo no chão, enquanto o espelho escarnece, ante a comicidade.
Febril e meio tonto, vou tropeçando, aqui e ali, e bebo do absinto, por mera tentativa de equilíbrio, e, a meus pés, invade-me a água, escorrendo da banheira, que, por desnorte, esqueci-me de fechar, e, tresloucado, rio-me de tal façanha, assumindo, que, afinal, é só um pouco de água, que logo faço por esquecer.
Há minha volta tudo bóia, livros, cadeiras, meu pensamento de um dia; e, nem sei mais, se ainda há jardim lá fora, com rosas brancas.
Não sei nem porquê, encontrando um livro seco, coloco-o por sobre meu joelho, e, tento ser racional, fazendo disto tudo, uma inspiração. Só que os versos, vazios de conteúdo, têm sua sentença final, ao ficar esborratados, na roupa molhada e desajeitada.
Porque não vens, meu amor maior? apenas desejo tua mão, sossegando minha fronte: que alguém ousou roubar, aproveitando tua ausência querida, deixando-me quedo, na minha própria loucura.
Jorge Humberto 07/1 2/08
|
|