DO NADA UMA VIDA
Data 09/12/2008 16:49:44 | Tópico: Poemas -> Amor
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Não sei que coisa é esta, que me deixa tão assim, quase sem reacção, diria, se por um só momento sequer, não estás a meu lado, cobrindo-me de lindas palavras de amor, incentivo de uma vida, numa conjugação, entre homem, mulher e natureza.
Juntos, partindo do nada (que bem te recordas), pegamos num pedacito de terra abandonada, e, revolvendo o solo, abriu-se para nós um belo espaço. Sua cor tinha a cor do barro, quando húmido, e, uma a uma, botamos à terra, várias sementes, de flores únicas.
De esforço e dádivas extremas, cuidando do solo e regando, apenas o quanto baste, para não sufocar as inermes plantinhas, fizemos nossos dias e noites, já com aquele gozo de antecipação, de virmos a ver, nosso jardim, começando a florir, feito de suor, entrega e tão delicada generosidade.
O jardim hoje resplandece, a cada manhã, no luzir do sol, entre a claridade dos azuis do céu. E mal nossos olhos se dão, ao fulgente clamor do dia, juntando-se-lhe as fragrâncias, bem acentuadas, das flores, abrem-se janelas, de par em par, e, não há, quem se mostre indiferente, ante o belo.
Como um perfeito par de namorados, nossos olhos transformam-se em lagos transparentes, e de mãos dadas, sentamo-nos, observando os cisnes, rosa e brancos, de vénias mil, se cumprimentando. Tal não deixa de soltar em nós, um franco sorriso, e, até o ar, que nos rodeia e respiramos, é deveras bem mais puro.
Tomando caminho, directos à floresta, já ali, quisemos estar mais de perto com a natureza. E entre o restolho continuamos, passando por enormes árvores, elevando-se bem acima do céu, onde aves canoras, disputavam canções, clamando, ao longe, suas parceiras, distantes, e, nós, um ao outro, até ao abraço desejado.
Jorge Humberto 08/12/08
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