Falso destemor

Data 10/12/2008 14:32:41 | Tópico: Poemas -> Reflexão


Vence o riso da coragem no rosto alienado da miséria
Enfrenta-se a espada em lugar do salto no precipício
Seca-se a roupa no corpo em clima de temporais
Erguem-se os braços ao céu e transforma-se em êxtase o suplício!

Rituais em noites de lua cheia na ausência das cearas
Perde-se o olhar no movimento de estrelas cadentes
Encontra-se o coração na ausência de um amor extinto
Em campos de cheiros e sons incandescentes!

Procura-se a verdade impossível na avalanche de perspectivas!
Desnorteia-se em probabilidades infinitamente múltiplas!
Em destempero nos lançamos cegamente
Asfixia-se num invento feito realidade
Na loucura nos protegemos numa solidez aparente.

Escondemo-nos por detrás de máscaras grotescas
Refúgio simulado feito apresamento
Mas o que não sabemos ignorantes
É que a carranca pode desabar a qualquer momento!

Perdemo-nos em labirintos de falsa luz
Ensandecemos em pânico procurando a saída
Enfrentam-se situações limite, em infortúnio
Maldita contenda irracional que aniquila a multidão
Existência cinzelada nas arestas cortantes do absurdo!
Pobres marionetas estranguladas pelos risos da alucinação!



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=63628