ORA RESPIRO ORA SUFOCO

Data 10/12/2008 19:31:00 | Tópico: Poemas

Tão perto sinto
a vida como a morte.
Estremece o meu ser
de puro prazer
por tanto viver
ou por estar a morrer?
Ténue respiração
indispensável à vida,
ténue sopro alveolar
que não supera a morte.
Estado de vigila
para os sentidos alertar.
Coma vegetativo
em sono crepuscular.
Pássaro frágil surpreendido
hesitante entre a vida e a morte.
Lenta ponta de lança lançada
pelo passado de bruma passada
que continua equilibrada
entre o vigor e o terror.
Duelo aceso
entre o eclipse de fogo
e a sombra da tenebrosidade.
Curva seminal
que gera vida baseada
no corpo, no rosto,
nos lábios, língua,
seios e sexo
e nos limites da imaginação.
Veneno infernal
que rasga a alma
desventra os olhos
líquidos escorrendo do silêncio
a penumbra de um talvez…
E por ai
ora respiro ora sufoco.

Imagem de autor desconhecido



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=63664