
Disforme solidão
Data 12/12/2008 12:39:28 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| Na escuridão eu nasci,com olhos agora inúteis, Ouvi falar de amor,jamais o conhecerei, Luz mortiça das estrelas grandes fendas no céu, Desconheço ainda aquilo que tocava meu corpo frágil infantil.
Em visões e sensações de dor e prazer Sentia o sangue correr através de pernas e braços pendentes Enquanto o arfar devorava os minutos,horas esgotando-se débeis, Absorto enquanto buscavam consumir cada pedaço.
Mergulhando nos fluidos ácidos que rompem tecidos, Imerso na tristeza de um dia qualquer Novamente,desejo estar morto, No entanto a dama beija-me enternecida partindo, Segura-me enquanto lágrimas tombam junto aos ossos expostos.
Corrompido e solitário finalmente o silêncio, Passeiando entre pensamentos e entrecortando delírios, Longos espasmos, Posteriormente não posso mover músculo algum,apodreço deitado, As costas grudadas com a pele desfeita nos lencóis.
Nos dias contados a esmo cresço deformado e triste, Apaixonado carrego a lembrança que o pranto releva, Aguardando a clemência abraçar seu filho pródigo, Sufocando o soluço evocado pelo coração que carrego na face Com a dor percorrendo decompostos anseios na humidade do túmulo.
|
|