FRIA COMO MÁRMORE

Data 13/12/2008 00:10:53 | Tópico: Sonetos

Em rigidez desdenhosa, qual mármore
Receosa, sinto-me prestes a quebrar
Será em mil pedaços, talvez demore!
Mas, na borda, já há lascas a me circundar,

Nesse processo de cura, não me ignore!
Já não é tão frio, podes tua mão pousar.
Mas ainda me transformo, não comemore!
Em abnegação pálida, voltarei a brilhar...

Na suavidade lívida da minha tez
Seduzo-te com frios lábios carmim
E se tão apaixonada não estivesse, talvez

Nem no mais esplendoroso sonho
Nunca, jamais, desfaria essa rigidez de mim
Seria jazigo, o frio desse mármore bisonho.



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