Música
Data 17/12/2008 15:00:29 | Tópico: Mensagens -> Desabafo
| Uns acordes de guitarra...de novo o meu canto colorido perfumado de solidão desejada a janela aberta uma luz no nevoeiro lágrimas na noite uma paz de inverno na dor antiga.
Dói o corpo em fogo o sal nos olhos as madrugadas tardias a cidade o Sol no rio uma gaivota em terra o cheiro a Natal nas ruas tristes o frio no peito vento cabelos em liberdade não sentir esquecer nem eu sei o quê cinco minutos de Genesis foi bom tentar reencontrar-me depois Doors e uma lágrima no olhar o Mundo está em guerra, a melhor coisa do Mundo são os amigos.
É preferível ser racional, não sentimento... E depois?
Não sei, já não sei nada.
Há dor de vez e quando e um vazio enorme na fuga que tento no abandono que finjo sorrisos fáceis mas verdadeiros.
Que bom ter um quadradinho só nosso e uma cama repousante e almofadas cúmplices com segredos que esqueço com o adormecer.
Uma luz vermelha uma lágrima de vidro.
Os espelhos devolvem-me incompleta perdida e só.
A música envolve-me, começa o mar nos olhos ternos de alguém outro mundo partir ou ficar?
Batem à porta entra um pouco de realidade.
Por momentos o sono vence as palavras.
Estou de novo só talvez comigo a inventar sensações.
Momentos e quem sabe a prolongar a dor.
Depois a escolha é difícil são tantos os corações acesos suores frios nas tardes mornas igrejas de mármore e Jesus Cristo morreu na cruz continua a incompreensão persiste o desencontro água e uma árvore de Natal volto mais logo com os pés frios pela demora o tempo ultrapassa-me e a espera que não sei o caminho que ignoro a fuga o silêncio na música feita poesia um suave perfume o céu cor de veludo frio e transparente será que continuo aqui?
Ou fui com a noite até ao paraíso perdido Lisboa-saudade um salto no vazio a diferença começa no princípio do conhecimento continua a música o sono vence a memória é agradável escrever sem vírgulas sem fronteiras sem nada a separar as palavras como se um secreto luar eternizasse os momentos mas a guerra continua e há crianças tristes e mortos sem sepultura e chantilly sem morangos ...mas quem se importa com os morangos?! É bem mais importante um passeio na Avenida de Roma, lanchar na Versailles e apanhar um avião para Londres e visitar o Papa em Itália até porque não há nada em como ser católico e obedecer à Santa Madre Igreja... Depois há a televisão e os bairros de lata e uma rua deserta. No meu coração a noite suave esquecer de mim uma lágrima um tentar entender já não doi a memória magoa nem eu sei bem o quê talvez o Sol no vermelho da boca nos sorrisos que apanho e distribuo com o olhar apesar da confusão crescente. Há ainda pedacinhos de lua para atirar a todas as janelas fechadas. O silêncio é agora uma defesa ou outra coisa qualquer.
Fecho os olhos e vou com a música.
|
|