««Gentes««

Data 17/12/2008 23:37:29 | Tópico: Poemas

Camponês,
Pelas rugas estás marcado
Homem de olhar parado
Trabalhas com altivez
As terras lá do montado
Ou então, guardando o gado

Curvas as costas cansado
Pensando na sorte madrasta
Encostado ao teu cajado
Nesta vida já tão gasta

Camponesa,
Mulher de garra
Mulher de força, com tal beleza
Neste Alentejo profundo
Vais cantando à desgarrada
Fazendo-te lembrar ao mundo

Num lamento meio mudo
Cantas o amor à terra
No teu jeito meio sisudo
No teu estar de mulher sincera

Nos dias de Primavera
Cheira a alecrim, a giesta
Por esses campos floridos
Homens e mulheres da terra
Com apurado sentido
Vão cantado num gemido

Vão cantando num gemido
O cantar Alentejano
Que já está quase sumido
Neste mundo tão mundano…

Antónia Ruivo


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=64382