
Sem-abrigo
Data 19/12/2008 16:30:46 | Tópico: Poemas
| É um ponto no escuro, No escuro dessa cidade Conhecido do mastigar duro Quando se chega a essa necessidade. Pois, quando o estômago pede A razão deixa de obedecer E o ser humano cede. Deixando de humano ser Passando a ser mais um bicho Sobrevivendo com o lixo.
É um eco nas ruas desertas, Nas ruas desertas que são Nada mais que seguranças incertas Quando do vazio salta a agressão. Os jornais de dias passados São a sobrevivência em dias que virão E as roupas e sonhos degradados São vestígios de dias que irão.
É todas as experiências Mas intrinsecamente não é nada Como resultado das circunstâncias Que o levaram a ser uma vida abandonada. E interrogo-me quantas vezes se interrogou Quantas vezes as pessoas que esbarraram nele Se interrogaram: Porquê Deus os conjugou? São obstáculos ao espaço vestidos de pele.
Mas mentem, eles são as borras de café Um presságio do falho na estrutura da ascensão Sem-abrigos, navegadores em fé Que o próximo seja alma de compreensão.
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