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Data 20/12/2008 11:39:32 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Saber de ser Alentejano Cantar quando choramos Abraçar a terra enquanto caminhamos
Por campos sem fim papoilas vermelhas Sargaços marfim entre as ribanceiras Sempre altaneira a grande azinheira Por debaixo a eira onde brilha o trigo Ao longe em fileira se avista o montado Onde o pastor se encosta ao cajado
E mais alem para aquela banda Fica o ribeiro de água luzidia Onde brilha o sol pelo meio-dia
Ergue-se a voz de quem comanda É o manajeiro anunciando a janta Arrastando os pés lá vai o rancho Procurar a sombra faminto de esperança
Num repente uma voz entoa Outras se lhe juntam numa só pessoa Vão cantando sem que a voz lhes doa Cantigas de amor de amargo sabor
Com amargo sabor à terra cavada Com enxada de dor de alma cansada Abraçar a terra enquanto cantamos Fingir um sorriso enquanto choramos...
Antónia Ruivo
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